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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Gigantes...


"E era disso que se tratava, certo, Jimmy? Nos anos 1970, aquela era hiperindividualista que começou em 1968 e explodiu em algo florestal que continuaria a se alastrar até 1982; depois do controle da natalidade, mas antes da aids, quando de repente tudo parecia possível e nada era verboten. Avesso ao idealismo dos 60, a década de 1970 foi a época em que fazer suas coisas e deixar o resto rolar deixou de ser mero slogan e se tornou direito de nascença. Em que fazer o que se desejava realmente se transformou em lei."
Este é um trecho extraído de "Led Zeppelin: Quando os Gigantes Caminhavam sobre a Terra", de Mick Wall, um dos livros que estou terminando de ler no momento.
Em 1984, na cidade de Santa Maria, interior profundo do Rio Grande, eu era conhecido pelos parceiros como "o cara que tinha todos (todos) os LPs do Led." Numa época em que a grana era curta (muito curta), isto significava muito.
E na parede do meu quarto haviam dois posteres: o do anjo da Swan Song, com os símbolos que os integrantes da banda adotaram como assinatura a partir do Led IV, e o outro de Page, com sua furiosa Gibson SG de dois braços, solando alucinado durante a execução de Stairway to Heaven.
Continuei ouvindo muito Led Zeppelin - ultimamente mais, inspirado pelo livro. E sigo crendo que apesar de Led IV ter sido um dos maiores fenômenos de vendas da história do Rock - com canções inesquecíveis como Black Dog, Misty Mountain Hope, When the Levee Breakes e, lógico, o hino Stairway to Heaven -, Led III, com sua ambientação acústica, é insuperável. Ainda mais depois de ler sobre como e onde foi gravado.
Bueno, vejamos se o professor Achutti me ensina alguns riffs do Page durante as festas do final de ano.

22 comentários:

  1. Acho "Houses of the Holy" o melhor.

    Bom conhecedor da historia da banda sabe que a "Swan Song" da um PUTA azar...

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  2. Bah... acabei de reler um livro sobre o "the dark side of the moon", tô em plena pilha floydiana, mas fazer um intensivão de Led nunca foi um sacrifício! Tá combinado!!

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  3. O solo de stairway é fenomenal, tem que rolar!!

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  4. Pois é Guta, depois do post fiquei pensando se seria justo designar o melhor álbum.
    É que gosto muito do Led III. E apesar da pouca sorte do selo Swang Song, os álbuns que sucederam o "The Songs..." considero todos excelentes, sobretudo Physical Graffiti. Lendo ontem os últimos capítuos de "Gigantes...", Page afirma que gostaria de ser lembrado não por Stairway to Heaven, mas por Kashmir. Ápice!

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  5. Salo,
    Em Cruz Alta, nos idos de 88 (sou um pouco mais novo que tu...hehe), eu era conhecido como o cara que tinha TODOS OS DEEP PURPLE (hoje tenho todos os cds deles e da "família)". Como você sabe, o LED era dos intelectuais, o Sabbath dos metaleiros (trash???) e o Purple daqueles que achavam que música era coisa de macho, para homem (woman`s out). A coisa era bronca assim mesmo naqueles tempos. Tínhamos que nos distanciar dos Poisons e dos Guns da vida (depois vim a gostar deles).
    Incontáveis vezes deixaram fitas K-7 (lembra?) para eu gravar para pessoas que eu nem conhecia. Fazia isso com prazer. Nunca as conhecia. Mas, surrealmente, a coisa acontecia. Volta e meia eu pegava um ônibus até Santa Maria para comprar mais coisa. Quando eu voltava, não sei como, uma semana depois, havia mais fitas para eu gravar, agora das coisas novas. Uma das mais raras - e eu era o único a ter - eram os dois discos da Fuga, banda em que você foi roadie. Small word.
    Tornei-me um perito em calcular tempo, dar um pause correto no gravador para não aparecer o corte para o lado B.
    De fato, concordo contigo. Ter todos os LPs de uma banda, naquela época, tornava você meio diferente. No bom e no mau sentido.
    Digo isso porque da trinca santa (Led, Purple e Sabbath) o Led é o que menos gosto. Para mim não há guitar hero como o Blackmore. O Page não tinha a garra dele ao vivo. MEsmo assim são melhores (Led) do que quase tudo que ouvi. E qualquer erro do Page ao vivo é melhor do que qualquer solo atual. Mas o disco deles que eu volta e meia coloco no carro para ouvir é o Physical. Esse é masterpiece. Recomendo um dos últimos do Plant com uma cantora inglesa, creio. Comprei na Inglaterra e é FENOMENAL. Rising alguma coisa.
    T+
    Germano

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  6. Herege! Germano Herege! Infiel!
    Como ousas comparar Page com o Blackmore.
    Page reinventou o blues e criou o hard! Desde os Yarbirds, fazendo dupla com o Jeff Beck.
    Sou fã do Purple, mas não dá para comparar.
    PS: uma história muito legal que li ontem no livro: o Bonzo, já na fase de tocar bateria com um pacote de 30 g de coca entre as pernas para ir cheirando durante o show, ficou sabendo que o Glen Hugges - baixista da fase do Purple com o coverdale - havia 'se divertido', digamos assim, com a sua esposa. Armado, entra no hotel para tirar satisfações. Bueno, o resto da conversa fica para ser degustado no livro!
    SC

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  7. Depois do post da Mari, definitvamente o melhor.
    Grande abraço!!!!

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  8. Gui, querido, a Mari-com-o-ego-inflado agradece. Beijos

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  9. Salo,

    Sabes do que eu gosto no physical? As dobradas de teclado e de guitarra que existem, por exemplo, na kashmir e que o blackmore fez, antes, no stargazer, do rainbow. Potência. Rock musculoso. Perfect Strangers.

    O fato é que o Led era uma puta banda e o Page o maior em estúdio. Mas ao vivo o Page era bem fraquinho.

    O Led, porém, de alguma forma não era minha banda favorita. Talvez por ser a preferida de quase todos eu tinha minha anti-banda (o Purple). Era o álcool ao invés da cocaine. O adorável anti-humor do Blackmore (até acho que é isso que mais gosto nele)aos aviões do led.

    Mas gosto é gosto. Nem vou polemizar mas o Gillan, para mim, deixa o Plant a léguas de distância. Quer dizer, quanto tinha garganta. Hoje o Deus Nórdico mata a pau.

    Agora sim você vai aplicar o Martelo das Feiticeiras em mim...

    Abraços

    PS: tá no livro a história da primeira tour do led nos EUA? Fizeram junto com o Jethro. O Ian Anderson é o maior careta de todos. Deu treta direto. O Page, com aquela cara de quem apronta e é santo, fez uma coisa freak com um peixe espada em uma pretensa groupie do anderson. Tirou foto e mostrou para ele....

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  10. Kashmir é um hino, como escrevi antes. Para mim está no top 5, certo!
    O que acho legal no Page e no Plant, atualmente, é a capacidade de criarem coisas novas. Vi oo último show do Purple, no teatro do Bourboun Country. O mesmo que havia visto há 03 anos. Pior: Gillan gripado.
    Mas os dois ao vivo - Made in Japan e Made in Europe -, com formações totalmente distintas (permance o teu ídolo), são geniais.
    Bueno, vou em busca de uma bio do Purple para o ano novo.
    SC

    PS: bah, conta o 'lance freak' com detalhes. Cosa de loki!

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  11. Gracias Gui! Mas sei que tu é mais dos Stones e das variáveis do Soul. Ou estou enganado quanto à 'fundamentalidade' dos instrumentos de sopro?
    He he he!
    Abraço
    SC

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  12. Ô MOX?
    O que dá uma Cultural Criminology com Purple e Led. Bah, já tô viajando 'nas possibilidades'!
    SC

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  13. Salo,

    O Plant, sex simbol da época, "atraiu" a groupie do Ian Anderson depois de ele ter ido dormir por volta das 10:30. Sim, há rock star que dorme a essa hora.

    No quarto do hotel estavam o Bonzo e o Page. Papo para lá, papo para cá, surge um peixe espada. Supostamente para os rituais de magia negra do Page.

    Nem sei como dizer, mas ele conseguiu dizer que a groupie precisava se imantar em altar. Sacrificar-se. A espada do peixe entrou em lugares (in)imagináveis da groupie. A banda comeu a fina iguaria logo após.

    Fotos foram tiradas e deixadas, no outro dia, em outra cidade, no quarto do Ian Anderson (hoje ele é a terceira fortuna da Escócia - maior "fazendeiro" de salmão daquelas bandas).

    O flautista pirou. Ao que consta o Page disse algo como "poor swordfish... Eu fiz o possível para salvá-lo mas ele acabou morrendo pela acidez...."

    A coisa acabou em briga total. Jethro e Led nunca mais excursionaram juntos.

    Abraços

    PS: senti-me no calçadão de Cruz Alta, no sábado, discutindo com a gurizada sobre rock. Valeu por essa volta aos tempos. Grande blog!

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  14. Ou na Exclusive Discos de Sta Maria, loja do Betão, figura tarimbada (e de maus antecedentes criminais) da cidade!

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  15. Exclusive! Era lá que comprava os discos quando ia para Santa Maria em um Helios com parada em Júlio de Castilhos (o direto era muito caro e faria eu comprar menos discos) e sem ar. Maior ponto turístico da Boca do Monte! Bah, estou ficando velho.
    Valeu, brother. Consegui ficar de bom humor em um dia punk (que por sinal gosto muito)...
    Abra;cos

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  16. Cada um puxa a brasa pro seu!
    Enxergo no Led as contraculturas numa segunda etapa, com o destaque do virtuosismo, hibridismo em várias canções e mais o vocal andrógino do Plant que profana a diferença sexual...
    Tu que é fã dos caras quem sabe seja parceiro para uma segunda edição... Poderíamos pensar numa segunda edição coletiva, quem sabe tu pegando Led/Purple, Achutti pegando o Pink Floyd, eu com o Radiohead... (Quem sabe colocar tb música nacional, MPB, pagode, hip hop)...
    Possibilidades infinitas porque o assunto é inédito e o terreno incrivelmente fértil...

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  17. Bem que numa dessas poderia ter uma jam dos criminológos envolvidos!

    Abraço,
    Débora

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  18. Já há movimento pra articularmos a jam. Sou parceiro pra inseri-la na 2ª edição!

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