1º. Não espere, seguindo a tradição paternalista de nossa cultura autoritária, que um professor iluminado crie um grupo de estudos e ‘oriente’ discípulos criteriosamente selecionados ao caminho da sabedoria.
2º. Desconfie de professores que necessitam de discípulos – Eles querem ser fim, não ponte; Eles não admitirão que você seja autônomo; Eles desqualificarão seu trabalho no primeiro sinal de que você não depende mais Deles para pensar. E desconfie, mais ainda, do seu colega que nutre a "moral de rebanho" e a “vontade de discípulo”.
3º. Crie um grupo de estudos com os colegas que você considera mais interessantes. Dedique, com eles, uma ou duas horas semanais para reflexão.
4º. Formado o grupo, escolham (no início) textos breves, mas de qualidade, para discutir.
5º. Não permitam que ninguém assuma a liderança [do grupo]. Compartilhem decisões e abram espaço para que todos se manifestem.
6º. Não caiam na tentação burocratizante (atas, presenças obrigatórias, cobranças de eventuais faltas).
7º. Tornem o ambiente agradável de forma que o encontro seja sempre divertido – a risada, a ironia e, inclusive, o sarcasmo, são fundamentais. Aprendam a rir da sua ignorância e a verbalizar suas deficiências.
8º. Após os primeiros encontros, convidem algumas pessoas que o grupo admira para conversar. Evitem a tentação de convidar um “professor” para "dar aula".
9º. Leiam textos de diversas áreas das humanidades e privilegiem olhares distintos daqueles que frequentemente são expostos pelos "catedráticos" em sala de aula.
10º. Sentem em círculo, de forma que todos possam ver e serem vistos.
11º. Com freqüência façam reuniões noturnas para ouvir música, ver filmes, assistir peças de teatro ou, simplesmente, para beber.
12º. Sempre desconfiem de quem enumera sugestões (ou passos) para criação de grupos de estudos.
Vocês não imaginam os resultados que um agrupamento desses provoca.
o exemplo do que os agrupamentos como esses podem fazer esta no filme Lost City do Andy Garcia.
ResponderExcluirAbrços
Seu Blog é leitura obrigatória em um domingo chuvoso!!!
gracias Patrícia!
ResponderExcluir"Sempre desconfie de quem enumera sugestões (ou passos) para criações de grupos de estudos"...
ResponderExcluirAs demais sigestões me pareceram bem coerentets. Mas, fiquei meio intrigado. Por que disconstituir os próprios métodos? O que seria tão perigoso?
hahaha! Gostei...
ResponderExcluirContrariando a idéia, seguir-te-ei nos passos...
Eu imagino sim, faço parte do teu MA-RA-VI-LHO-SO grupo (troca) de estudos.
ResponderExcluirAgradecimento eterno!
bjo meu
É...Há grupos de estudos e grupos de estudos. Uns passarão, outros passarinho, como diria o poetinha...
ResponderExcluirô antonio, foi só um fechamento irônico, nada mais. ou não...
ResponderExcluirGenial! Em alguns encontros também me agrada a ideia de compartilhar um "fino", bem pilado, para deixar o debate mais leve e descontraído.
ResponderExcluir"Adoramos opinar, não ouvir opiniões. Perdemos a capacidade de sentir o outro, de esperar o outro, de desejar o outro. Tudo isso nos parece um tanto piegas. Nossa arma contra a impossibilidade de ver é o sarcasmo."
ResponderExcluir(SILVA, Juremir Machado da. Aprendendo a (Vi)Ver. Rio de Janeiro: Record, 2006, p. 11)
Eu, Zé, Luchese e Pan: grupo de estudos memorável. Nos anos de 2004 e 2005, no flat do Luchese, 23h. Chimarrão e pipoca, no mínimo. A influência foi o teu grupo, no qual leríamos Zaffaroni. Tu não aparecia, mas Beto e Achutti estavam sempre por lá.
ResponderExcluirPara além de alguns artigos meia-boca e um certo direcionamento na vida de todos, do grupo surgiu o que interessa: a AMIZADE.
Pois é. O meu grupo marcante foi em 91 e 92, no SAJU. Eu, Dani Rudniki, Emerson, Jairo e Andre - com algumas inclusões/desistências esporádicas. Os três últimos perdi o contato. Com Dani ainda desenvolvo alguns projetos acad~emicos. Grandes amigos que me ajudaram a aprender a pensar.
ResponderExcluirPS: Marcante na época da Faculdade, quando era acadêmico, claro.
ResponderExcluirO grupo sobre Ferrajoli na PUCRS nasceu com o Salo - idos de 98-99. Mas o tema só era debatido nos finais de semana... na Fazenda Gavião... Sempre funcionou. É só olhar onde os carinhas andam hj. Tem um até inventando não-regras para grupo de estudos. Dizem que leciona na UFRGS. Outros seguem na concorrência. Parceiro, a ideia é essa. Boa.
ResponderExcluirO "velho" Salo Thundercats com sua visão além do alcance...
ResponderExcluirSobretudo no item 2!!!
Afudê.
Mais ainda do que para alunos, aos professores esse roteiro é precioso. Muitas vezes criam-se esses professores-majestáticos a partir de alunos-bovinos que querem tudo mastigado/ditado/manualizado.
ResponderExcluirPrecisamos, como professores, lutar para evitar essa situação.
Imprimi 26 vias e espalhei por minha casa, escritório e faculdade.
Um abraço
Os dois últimos posts em sincronia entre si e o post do Mayora em sincronia com exatamente o que lembrei ao ler. Bonito.
ResponderExcluirExcelente! Já repassei para uns quantos, citando a fonte, é claro.
ResponderExcluire assim rompeu o en!gma em satolep...
ResponderExcluirProfessor!
ResponderExcluirInfelizmente não fui seu aluno. Estudo na UniRitter e estou terminando a faculdade este ano.
Sempre tive um receio com o Direito Penal, um certo preconceito, que veio do meu pai (que não é advogado).
Mas não consegui fugir. É a área que me fascina.
Tenho acompanhado o blog, seus textos, e são sempre estimulantes para que busquemos mais conhecimento e nos motiva a termos envolvimento também com as questões sociais da sociedade em que vivemos.
Não o conheço pessoalmente, mas me inspiro pelos textos que escreve e iniciativas que tens.
Nos dias de hoje ser um professor admirado não só pelo conhecimento que possuí ou pela metodologia de ensino, mas também por inspirar e motivar os mais jovens, é algo pra se ter muito orgulho.
Precisamos de mais professores assim!
Se tiver algum curso que ministre eu gostaria de saber.
Grande abraço!
valeu antonio. fica ligado no blog que divulgo por aqui os cursos que participo. abraço. salo
ResponderExcluirisso me deu muita saudade...
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