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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Warat - In Memoriam

Conheci as obras do Warat na época da Faculdade de Direito.
Minhas primeiras pesquisas foram em Filosofia e Sociologia do Direito. Época enfervescente do Direito Alternativo. Meu pai me deu de presente os primeiros livros do Warat, entre eles o capolavoro "A Ciência Jurídica e seus Dois Maridos". Está na estante e o vejo neste momento.
Conheci pessoalmente Warat na UFSC, em 1993, quando iniciei o Mestrado. Professor de temperamento difícil, mas muito amável com aqueles que ele tinha como 'os escolhidos'. Por força de disputas políticas que hoje soam risíveis, e pelo fato de eu estar "naturalmente" identificado com o Direito Alternativo, não tive a oportunidade de frequentar os grupos extra-classe do professor Warat - ou seja, não estava entre os eleitos.
Mas segui lendo suas obras (inclusive as não propriamente jurídicas, como o romance "O Amor Tomado pelo Amor"), participando dos eventos de Cinesofia e assistindo suas aulas e palestras.
Posteriormente, na época em que eu estava do Doutorado, houve uma interessante reaproximação, na qual o passado de embates políticos foi celebrado e muitas risadas foram dadas.
Warat, Roberto Lyra Filho e Luiz Fernando Coelho, introduziram a Crítica do Direito no Brasil.
Warat fomentou as primeiras interesecções entre Direito e Psicanálise e Direito e Literatura.
Warat e Lyra Filho foram os maiores transgressores que o mundo jurídico latino-americano presenciou.
Somos todos filhos acadêmicos de Warat.
Estamos todos em luto.

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