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quarta-feira, 9 de março de 2011

Sobre Relatórios de Pesquisas Criminológicas


"Caros Pesquisadores
A tendência na redação de 'reports' é seguir uma racionalidade burocrática-atuarial que se preocupa apenas com o cumprimento de 'metas'. Números e gráficos são apresentados como 'resultados de pesquisa'. Dados objetivos frequentemente se constituem como o próprio conteúdo dos relatórios. A forma se transforma em conteúdo e as pesquisas avançam anêmicas, baseadas em critérios meramente quantitativos.
No entanto, foi exatamente o que não vi no relatório enviado.
O que marca o Vosso relatório é a preocupação com as pessoas. Há vida pulsante e conteúdo vivido em cada linha do texto. Mais: há vida individualizada, nominada; inexiste vida numerada, classificada ou estereotipada.
Vossas Senhorias não imaginam como isso é estimulante, exatamente porque contraria a lógica gerencialista de impessoalidade e invisibilização das pessoas.
Tenho certeza que muitos Docentes, de 'sofisticados' Centros de Pesquisas Universitárias, na Graduação e na Pós-Graduação, diriam que este é um exemplo de relatório que não deveria ser apresentado, pois 'demasiado pessoal', 'com excesso de comprometimento'. Correria o risco, inclusive, de ser reprovado pelas tradicionais bancas de Doutos.
Mas é exatamente pelo Vosso comprometimento com as pessoas que orbitam e se encontram no universo de pesquisa que entendo ser o relatório absolutamente adequado.
Saudações Acadêmicas
Prof. Salo de Carvalho"

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