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quarta-feira, 10 de março de 2010

Sobre Instituições e Racionalidade Burocrática


A descrição de Max Weber (na foto) sobre a forma pela qual o homo burocraticus justifica suas decisões, eximindo-se da sua responsabilidade sobre estas mesmas decisões, é a melhor maneira de compreender o fenômeno vontade de/a instituição.
A (falsa) isenção da responsabilidade, fundamento da lógica de dominação racional legal, é o que permite certos alívios pessoais quando se deve decidir sobre questões fundamentais.
Foucault (fora da foto) vai lembrar que é exatamente a aparência de impessoalidade do julgamento que permite que os juízes tenham 'boa consciência' e 'tranquilidade' para enviar alguém para a guilhotina - "eu estava apenas cumprindo ordens", repetirá Goebbels (mal na foto) e todos os seus seguidores.
A responsabilidade se perde no emaranhado burocrático, edificado exatamente para esta função: ocultação e simulacro.
Em "Responsabilidade e Julgamento" Hannah Arendt (que não era muito fotogênica) tratará o tema em toda a sua crueza.
Ando pensando muito sobre isso ultimamente...

8 comentários:

  1. Boaventura de Sousa Santos (Por uma revolução democrática da justiça, Cortez) cunhou o termo "desresponsabilização sistêmica" perante os maus resultados do desempenho do sistema judicial, manifestada através de três sintomas: o problema é sempre dos outros, da outra instância; desempenhos distintos dentro do mesmo Tribunal e baixíssimo nível de ação disciplinar efetiva;

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  2. Não entendi o comentário sobre a fotogenia ou não da Hanna.

    Afinal, isso não é, ou não deveria ser questão, né.

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  3. Aline, fiz só uma brincadeira (quase um trocadilho) com weber (na foto), foucault (fora da foto), goebbels (mal na foto) e arendt (não fotogênica).
    Realmente não é o relevante.
    Aliás, ser fotogênica(o) ou não creio que não sirva como nenhum outro elemento a não ser trocadilhos.
    Salo

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  4. Achei o trocadilho o melhor do post. Problema não é não ser fotogênica. Já, não ser irônica...

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  5. Achei o trocadilho o melhor do post. [2]

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  6. “O sofrimento da desconstrução, aquilo de que ela sofre e de que sofrem os que ela faz sofrer, é talvez a ausência de regra, de norma e de critério seguro para distinguir, de modo inequívoco, direito e justiça. Trata-se, pois, destes conceitos (normativos ou não) de norma, de regra ou de critério. Trata-se de julgar aquilo que permite julgar, aquilo que se autoriza o julgamento.” (DERRIDA, Jacques. Força de Lei).



    Faz tempo que estas questões orbitam meu pensar.

    O intrigante é as fontes que fomentam a articulação crítica e, portanto, instigam a resistência são as mesmas que (ao cabo) se submetem a “vontade de/a instituição”.

    Obviamente, minha fala é abstrata mas não generalizada. Há exceções.
    O foda é que o cenário desanima.

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  7. Ainda sobre a burocracia, talvez uma boa ilustração (óbvia, é bem verdade) seja o do Quino (Mafalda): http://3.bp.blogspot.com/_bkn3MaiQInU/SLnpaQ6O4RI/AAAAAAAAAZc/pTo18hrTvhc/s400/Mafalda.jpg

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