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O advogado criminalista e professor da Ufrgs, Salo de Carvalho, comemorou a inclusão do tema dos direitos humanos nas narrativas. Segundo ele, o Brasil, ao contrário do discurso da mídia, vive uma era de “hiperpunitivismo”, com 500 mil encarcerados. No entanto, a sociedade entende que a impunidade é a regra.
- A imagem do tráfico no Rio de Janeiro forja o senso comum da repressão no Brasil – salientou, e ainda lembrou a atual situação do Presídio Central de Porto Alegre, considerado o maior da América Latina: – Temos um Carandiru em Porto Alegre.
Já o coordenador de Departamentos Criminais da PUCRS, Alexandre Wunderlich, revelou que o primeiro contato com o filme Tropa de Elite provocou uma certa resistência com relação ao corpo docente. Entretanto, admitiu que até mesmo para o estudante a obra mostra o que ele irá enfrentar pela frente e criticou a Justiça Criminal brasileira:
- A Justiça Criminal no Brasil acabou, só falta alguém apertar o botão. Lembrando o Presídio Central, o local pode ser interditado a qualquer momento por questões ambientais, isso sem falar nas condições em que os presos se encontram.
Luiz Eduardo Soares comentou ainda o caos da Polícia Militar carioca e as relações das milícias urbanas com a criminalidade:- A instituição da Polícia está degradada e o crime organizado se vale dela para se manter. Somente uma revitalização dessas corporações pode mudar alguma coisa.
[Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/blogdoleitor/ - 07.11.10]
Um comentário:
Maravilhoso o comentário, e tenho certeza que a palestra foi excepcional. Assuntos como segurança pública e o sistema prisional deveriam ser abordados com mais frequencia e não colocados debaixo dos panos, como faz a nossa sociedade. Estive presente em uma palestra do Juiz Sidney Brzuska e fiquei impressionada com a situação de calamidade que encontra-se o Central. Achei plausível a comparação com o Carandiru, porém espero que as autoridades não precisem viveciar uma tragédia para interditar o presídio.
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