Uma das principais virtudes acadêmicas é a honestidade intelectual.
Deveria ser comum os autores alertarem os seus leitores sobre quais os seus pressupostos teóricos, qual a sua visão de mundo, de que local parte o seu olhar e a sua interpretação.
No entanto, não é esporádico os autores que estabelecem esta relação com o seu público serem rotulados como "ideológicos" ou "acientíficos". Como se aquele que se esconde sob o manto de uma pretensa "neutralidade" fosse menos "ideológico" e/ou mais "científico".
Estou lendo um sociólogo norte-americano que, desde as primeiras linhas, adverte o leitor sobre a sua base teórica (Weber). Ao analisar os teóricos do conflito, sobretudo Marx e Engels, procura não deixar o leitor esquecer da sua perspectiva weberiana, sobretudo quando os critica.
Belo exemplo de respeito acadêmico e lealdade intelectual.
Eu gostaria de ler mais trabalhos deste gênero.
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Um comentário:
Falou tudo, infelizmente percebo muito estelionato intelectual no meio jurídico. Certa vez assisti a uma exposição de um professor famoso aqui do RJ, conhecido em todo o Brasil. A palestra foi ótima, ele citou uma série de autores, tentando passar a imagem de que ele havia lido todos os autores que ele citava! Após a palestra pesquisei um pouco na internet, li um artigo do Virgílio Afonso da Silva, percebi que todas a citações do palestrante eram as mesmas do Virgílio, fiquei revoltado com a falta de honestidade intelectual, custava ao palestrante informar que ele estava se baseando no texto do Virgílio? Realmente a honestidade intelectual é rara no meio jurídico.
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