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quarta-feira, 7 de maio de 2014

Sobre os Concursos na UFRGS e na UFRJ: primeiras observações

Diferenças importantes
(a) Na UFRJ, assim como na maioria das Federais e na USP, o concurso para professor (adjunto e titular) é composto de uma banca de 5 membros (e não 3, como na UFRGS).
(b) O resultado final não se dá por uma média de todas as notas, mas pelo número de indicações que o candidato recebe. Assim, se eu fosse indicado por 3 professores já seria o suficiente para alcançar o primeiro lugar (obtive as 5 indicações). O critério de indicação (como na maioria das Federais e na USP) serve para que um único professor não possa prejudicar um candidato, dando notas baixas ou discrepantes.
(c) Na prova escrita, eliminatória, são sorteados 3 dos 10 a 20 pontos previstos no edital. Depois de uma hora de consulta, a banca faz de 3 a 5 questões sobre cada ponto. No meu concurso, de um dos pontos sorteados, p. ex., "Crimes contra a Fé Pública", a banca indagou sobre o o debate acerca bem jurídico tutelado, o conceito da elementar típica "documento (público ou privado)" e a diferença entre as falsidades material e ideológica. Na UFRGS é sorteado um único ponto, o que permite que a especificação na pergunta possa prejudicar candidatos com perfis diferenciados.
(d) A prova escrita e eliminatória (primeira etapa), na UFRJ, não é identificada. Não há "leitura" pública. Assim, os avaliadores atribuem os graus sem saber quem estão avaliando. A eliminação deve ser motivada pela banca.
(e) Na UFRJ não é o Departamento que escolhe a banca. O Departamento indica 10 nomes e éa Congregação que define os 5 avaliadores e os suplentes.
(f) Para a prova didática é sorteado um ponto único para todos os habilitados (na UFRGS o candidato escolhe o ponto da aula). Assim, como ocorreu na UFRJ, ontem, os candidatos lecionaram sobre o mesmo tema, não necessariamente sobre o mesmo problema porque cada um pode recortar de forma diferente o objeto. Todavia, esta escolha paritária permite uma melhor comparação e uma melhor distribuição das notas entre os concorrentes.
Semelhanças (na avaliação pessoal): as notas atribuídas ao meu currículo, à minha aula e à defesa da minha produção (memorial) foram incrivelmente semelhantes, comparando as dos membros externos que participaram do concurso da UFRGS e a de todos os membros da banca da UFRJ. Mesmo a prova escrita, apesar dos critérios totalmente diferentes, as notas não foram tão discrepantes. Por outro lado, as notas impostas pelo presidente da banca no concurso da UFRGS destoam radicalmente de todas as demais.
Acho que não preciso explicar mais nada aos que ainda duvidavam do que ocorreu na UFRGS em dezembro de 2013 e de quem foi efetivamente prejudicado.

2 comentários:

Bruno Cortez disse...

Prof. Salo, todos que acompanham sua trajetória, e até mesmo os que veem seu trabalho com distanciamento, sabem de sua impressionante e qualificada produção acadêmica. Apenas um cínico sanguinário poderia fraudar tão explicitamente o mérito que não tem. Abraços!

Bruno Cortez disse...

Prof. Salo, todos que acompanham sua trajetória, e até mesmo os que veem seu trabalho com distanciamento, sabem de sua impressionante e qualificada produção acadêmica. Apenas um cínico sanguinário poderia fraudar tão explicitamente o mérito que não tem. Abraços!