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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Sobre os Poderes Punitivos e Policialescos



A sugestão do post foi do Xande Wunderlich.
A foto foi manchete nas últimas semanas: Policial Militar do Rio de Janeiro borrifa spray de pimenta no rosto de uma criança, durante a manifestação dos ex-moradores do Morro do Bumba, em Niterói, que exigiam o pagamento do aluguel social após as tragédias do ano passado.
Isto é para quem ainda acredita nos atos 'regulares' dos poderes punitivos.

14 comentários:

Débora Almeida disse...

Cena chocante...

Achutti disse...

assim vai, e sempre contra a chinelagem... ninguém faria isso na filha da Xuxa - filha da rainha, só poderia ser princesa...
desde sprays de pimenta justificados como "necessários para manter a ordem pública" até boletins de ocorrência registrados por policiais, sob a mentira deslavada de "roubo, seguido de RESISTÊNCIA e morte". (http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2011/04/04/mulher-ve-execucao-em-cemiterio-denuncia-policiais-militares-em-sp-924157665.asp)

Mari Garcia disse...

Ontem, em audiência numa Vara da Infância e Juventude, o policial militar altivo e orgulhoso disse: "Bom, Doutora, todo mundo sabe que aquilo lá é um antro" referindo-se ao local onde os meninos acusados de tráfico moram...

Clarissa de Baumont disse...

"ninguém faria isso na filha da Xuxa" - está absolutamente certo, Daniel! (triste realidade)

damos poderes e armas aos homens como se isso fosse seguro, como se a tênue linha do abuso não estivesse desde a origem prestes a ser ultrapassada...

destróem crianças constantemente de todos os jeitos possíveis.e esse é o mundo que se cria, feito delas. muito diferente do mundo cor-de-rosa em que alguns crêem.

Jéssica Miranda Pinheiro disse...

Triste e dura realidade essa em que vivemos!
Na mesma cidade, em curto espaço de tempo, um policial comete esse ato abusivo contra uma criança e dias depois vemos essa tragédia, na qual um jovem atira, também contra crianças...
Realmente, como afirmou a Clarissa, destroem os nossos pequenos de todas as formas possíveis e aquele mundo cor de rosa está somente na imaginação e lembrança de uns poucos privilegiados.

Funorg disse...

Interessante a foto, mostra bem a violência policial que se volta aos mais fracos e excluídos socio-econômicos.

Helena disse...

Vários "detalhes", se me permitem: é uma criança versus um adulto, é uma mulher versus um homem, é um negro versus um branco, é uma pessoa qualquer versus um "digníssimo representante do Estado"... Fora isso, não há nada de afronta na atitude da menina que justifique um ato tão besta. PQP!!! Ela está de costas e se protegendo!!! Totalmente despropositada a ação daquele sujeito ali... Por essas e por outras é que tenho mais medo da polícia do que daqueles pedintes nas sinaleiras da Ipiranga...

D'Arc disse...

Não vou fazer um comentário, mas um pedido de reflexão a todas as pessoas que ainda se indignam com a injustiça: Não imputem a conduta de um ou alguns a toda uma instituição. Aqui não estamos diante de "violência policial" e sim de violência de um indivíduo que não honra a farda veste. Pergunto à pessoa que critica a expressão do policial "altivo e orgullhoso": Vc já entrou em uma favela dominada pelo tráfico? Quem vc vai chamar se um desses "meninos" põe uma arma em sua cabeça e pede seu relógio? Quem vai arriscar a vida para proteger seu tão precioso patrimônio? Quem entrou ontem na escola no Rio e arriscou a vida para deter o louco que matou 12 crianças inocentes? Não sejam levianos! Usem seu direito de crítica de modo justo e racional.

Clarissa de Baumont disse...

se for justa e racional, não estarei praticando nenhum ato reflexivo.

porque o "justo" não passa daquilo que é melhor para determinadas pessoas em determinado tempo, não significa algum desejo de "bem a todos" - o justo se refere a um modelo de sociedade, a qual, por sua vez, diz respeito aos valores de determinadas pessoas de determinado tempo, e isso desde a antiguidade.

e porque a racionalidade sozinha só permite uma elucubração lógica desconectada da realidade; quem apenas raciocina não está nem aí para o quanto esse pensamento se vincula à vida.

de resto, suponho que seja mais útil não repetirmos a palavra 'justiça' como crentes iludidos que não notam o vazio do que dizem.

jamais - jamais! - imputo a conduta de ninguém a nenhuma outra pessoa. contudo, a "instituição" (tal qual os conceitos), por ser uma construção abstrata impregnada de algum sentido, merece ser revista sempre. as pessoas não são isso, elas são capazes de surpreender. mas "as instituições", essas estão cristalizadas (e pessoas vestidas de instituições podem se esquecer de que são pessoas).

sobre tragédias, prefiro calar. na maioria das vezes, não há nada que toque menos um fato do que um discurso (sobretudo distante) a respeito dele.

Unknown disse...

grato clarissa, estava sem paciência para a resposta.
e não encontraria argumento e palavras melhores que as tuas.

Eduardo Schmidt Jobim disse...

Uma vez vi uma policial militar revistando um menino negro que deveria ter no máximo uns 10 anos de idade na parede externa do Mac Donald's daqui de Santa Maria. São crianças que ficam pedindo dinheiro na frente da lancheria e que acabam sendo corridas pelos seguranças e garçons do local. Naquele dia alguém teria denunciado um furto que teria sido cometido por uma das crianças (não eram adolescentes, era uma turma um pouco maior que a Helena -minha filha- que o Gabriel...). A revista da policial era de filme- mãos na parede, pernas afastadas. A cena deixa a gente triste e pensei naquele momento em tentar fazer algo, mas o que??? Depois refleti, miseráveis (as crianças) denunciados por pobres (garçons e seguranças) punidos por outros pobres (a soldada militar) que tentam proteger uma estética de beleza e riqueza de uma lanchonete cara, que só tem bagulhos que entopem o coração para que bundões (eu) ainda comam lá. É engraçado, o pobre punindo pobre para as pessoas da sala de jantar viver as fantasias burguesas.

Anônimo disse...

Punk mesmo é ver alguem usar o nome da D´Arc para ficar no anonimato. Abs, do Anonimo Anonimo mesmo.

Lucas Maia disse...

Que tal então acabar com a polícia, deve ser melhor não é mesmo?!

Generalizam a atitude de um policial, para todos e criticam toda a instituição, como se não valesse nada.
Se é ruim os "atos reguladores dos poderes punitivos", com certeza sem eles viveriamos em um guerra, cada um por si.

João Asteca disse...

ah, Lucas Maia: então o certo seria nao criticar o policial? não publicar a foto? sempre ele. mangia che te fabeni.