A pesquisa do GCrim mencionada no post anterior identificou alguns focos específicos para análise da forma de cobertura do crime e da criminalidade pela imprensa da Província.
Duas questões ressalto neste post: (1a) fonte da notícia - dado que gera credibilidade; e (2a) colocação da matéria nas editorias - dado que permite identificar as formas de classificação (rotulação) do fato e do autor.
No caso exposto acima, é possível notar duas questões interessantes relativas aos pontos mencionados: (1o) a notícia, embora seja de um crime de estupro, em razão da nacionalidade e da profissão do autor do fato, é classificada na editoria internacional (Mundo) e não na de Polícia - temos notado muito frequentemente que só figuram nas páginas policiais os tradicionais clientes do sistema penal, pois mesmo em casos de crimes graves, quando praticados por agentes políticos ou financeiros, a matéria é classificada em editorias distintas como Economia, Política ou até mesmo Esporte (quando o acusado é atleta - p. ex., caso Bruno); (2o) a fonte de matéria, embora presente ao final do texto, é pouco indicativa (AFP), o que sugere que a matéria foi produzida pelo próprio veículo, mesmo sendo internacional - não tenho como conter, mas ao menos quem redigiu a matéria podia ter tido o cuidado de traduzir o Nueva York (segunda referência ao local do fato, terceiro parágrafo).
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Um comentário:
uau. prova insuperavel de que, ao menos para a midia local, o direito penal é mesmo do autor; e esse autor - NÃO É SURPRESA - é classificado pela posição social, conforme a maior ou menor concentração de capital (político, econômico, blá blá blá)
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