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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Mídia e Cobertura do Crime

Nosso Grupo (GCrim) da UFRGS está pesquisando sobre a forma que a imprensa da Província realiza a cobertura do crime e da criminalidade.
Uma das primeiras questões/constatações do grupo após a aplicação do piloto: a quantidade significativa de líderes (ou chefes) do tráfico na região Metropolitana de Porto Alegre. Em praticamente todas as reportagens sobre apreensão de drogas há referência aos líderes ou aos chefes das quadrilhas de tráfico. Conclusão possível: o tráfico de drogas é muito democrático, alheio aos monopólios e às cartelizações, sendo inviável falar em crime organizado, visto que esta definição prescinde de controle e gestão hierárquica, segundo os dogmatas ascéticos.

(Zero Hora, 13 de maio de 2011)

E os mesmos veículos já indiciam e projetam as próximas cenas de identificação de  folk devils and moral panics (Cohen).

(Zero Hora, 13 de maio de 2011)

Creio que são reportagens deste tipo - cotidianas nos jornais da Província - que em parte motivam posts como o anterior.

14 comentários:

Alex disse...

Não tenha dúvida Saulo. Vou falar exatamente sobre o tema no Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Também estamos realizando estudos com editoriais e programas de tv no GPVC, podemos reunir resultados mais adiante o que acha? Abs, ALEX TEIXEIRA

Unknown disse...

perfeito alex. combinado.
e me mande a fala!

Débora Almeida disse...

A título de contribuição, recomendo, se puderes, dar uma olhada na minha dissertação, já disponível na biblioteca da PUCRS. Nela, ao analisar as mentalidades gaúchas sobre crime e punição, trago uma pesquisa sobre a forma como o jornal Zero Hora aborda as temáticas relacionadas à criminalidade e à política criminal. O material, aliás, tem previsão de lançamento para o final deste semestre (aguardando ainda os trâmites com a editora).
Abraço!

Eduardo Schmidt Jobim disse...

Excelente pesquisa Salo! Inveja de voces aí que estão sempre produzindo algo interessante. Aqui em Santa Maria é um marasmo.

Abração

Anônimo disse...

Sem a pretensão de pegar o ônibus lotado e já querer sentar na janela...professor, de que forma as manchetes deveriam ser dadas?

Abraço,

Renata

Unknown disse...

renata, há muito material sobre objetividade na comunicação - o que não significa neutralidade. mas de todas as diretrizes, as mais claras são as que negam o sensacionalismo, ou seja, que não amplificam, ouvem especialistas no tema e não fazem predições. sugiro, sempre, cohen e becker para ajudar.
dudu: apliquem a pesquisa em sta maria... fica o convite.

Clarissa de Baumont disse...

Salo,

to apavorada com a falta de identificação das fontes usada reiteradamente sem maiores preocupações. o sigilo da fonte que eu saiba deve ser específico e conter nota justificativa para a idoneidade da informação. esse uso largo e desleixado tem me assustado bastante.

eu não sei se o jornalista falou com alguém ou inventou aquela fala. eu não sei! terrível.

apenas um (um dos...) desabafo.

bjos

Unknown disse...

assustador, assustador...

Clarissa de Baumont disse...

Bah, essa falta de responsabilidade na maior não existe...!

sobre títulos/manchetes, alguém que vá dar um título ou fazer uma chamada pensa em fazer isso atraindo a atenção (que é objetivo da chamada e do título); acontece que há muito se extrapolou todos os limites desse atrair a atenção para um apelo emocional exagerado -isso é recorrente. sobrevalorizar, subvalorizar, despertar o pânico e o horror através de um título irresponsável, acho que isso se deveria evitar e isso é sensacionalista (e acho que os jornais todos acabam agindo assim...).

Clarissa de Baumont disse...

e essa acaba por ser também uma atitude de mercado tida/vista como modo de sobrevivência do jornal.

a publicidade/propaganda não se sustenta mais sem apelo subjetivo e emocional a valores e conceitos de uma mercadoria em vez de seus atributos físicos ou objetivamente verificáveis.

no jornalismo isso igualmente acontece, como se necessário vender uma informação através de uma propaganda que tenha primeiramente um impacto emocional vinculante a despeito de uma informação correta ou amparada em fatos apurados, e a despeito do que esses conceitos e valores levantados possam causar repercutindo. a informação tornou-se meramente mercadoria vendível e descartável, o que não seria tão ruim se não tivesse se tornado também apenas um discurso independente de qualquer vínculo com a realidade.

Unknown disse...

e o pior é que nem vendem muito este espaço para propaganda, o que reforça a idéia de sensacionalismo.

Clarissa de Baumont disse...

pois é. mas a propaganda de que falo é aquela da própria manchete, do título, a autopropaganda do jornal para vender sua informação...

Clarissa de Baumont disse...

e o negócio de não identificar fontes assim também é hiper sensacionalista, porque acaba por desimportar a veracidade, importa a historinha que tanto faz se é uma lenda, ou se é semiverdadeira com floreios inventados... tanto faz porque os conceitos/valores mobilizados por ela importam mais...

Unknown disse...

mandou bem.