Sobre a Ciência do Direito:
“Esta não é ciência (porque ciência não tem dogmas e, mesmo quando versa sobre ‘dogmas’, não pode recusar-se a problematizá-los); não é, tampouco, Direito (porque nos apresenta um Direito capado); nem é sequer uma dogmática moderna (porque até os que lidam com dogmas religiosos estão tratando de interpretá-los evolutivamente; e, ao contrário da ‘teologia’ estatal dos juristas, os teólogos mais avançados cuidam agora de uma teologia da libertação...).
Não existe ciência acabada e perfeita e a noção dum ‘núcleo de verdade invariável’, em qualquer sistema filosófico ou científico, transforma o ‘divino mestre’ em deus a contragosto, para encher a boca de xingamento ao ‘misticismo’ e substituí-lo por uma triste mistificação. O domínio da fé é um ‘acréscimo de sentido’, que fica situado em plano diverso das modestas tarefas empíricas e racionais do filósofo e do cientista. Não é modesto jogar neste terreno, com as cartas marcadas, pois assim se acaba misturando as estações e transformando ciência e filosofia numa teologia bastarda e numa dogmática sacrílega.” (Lyra Filho, Porque Estudar Direito Hoje).
“Esta não é ciência (porque ciência não tem dogmas e, mesmo quando versa sobre ‘dogmas’, não pode recusar-se a problematizá-los); não é, tampouco, Direito (porque nos apresenta um Direito capado); nem é sequer uma dogmática moderna (porque até os que lidam com dogmas religiosos estão tratando de interpretá-los evolutivamente; e, ao contrário da ‘teologia’ estatal dos juristas, os teólogos mais avançados cuidam agora de uma teologia da libertação...).
Não existe ciência acabada e perfeita e a noção dum ‘núcleo de verdade invariável’, em qualquer sistema filosófico ou científico, transforma o ‘divino mestre’ em deus a contragosto, para encher a boca de xingamento ao ‘misticismo’ e substituí-lo por uma triste mistificação. O domínio da fé é um ‘acréscimo de sentido’, que fica situado em plano diverso das modestas tarefas empíricas e racionais do filósofo e do cientista. Não é modesto jogar neste terreno, com as cartas marcadas, pois assim se acaba misturando as estações e transformando ciência e filosofia numa teologia bastarda e numa dogmática sacrílega.” (Lyra Filho, Porque Estudar Direito Hoje).
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