Sobre quem são os professores tradicionais:
“(...) os ceguinhos, que servem à dominação por burrice e ignorância; os catedr’áulicos, que a ela servem por safadeza; e os nefelibatas, que acabam fazendo a mesma coisa, por viverem nas nuvens. Vocês os conhecem. O ceguinho é aquele que ‘adota’ um compêndio do tipo Capez [atualizei o exemplo, claro], para ser decorado pelos alunos, e, nas aulas, disfarça a pobreza de espírito, repetindo um outro livro, não citado, que é a cola do mestre. Os catedr’áulicos me recordam aquele outro professor da época, que considerava ‘comunista’ o Primeiro Ministro da Inglaterra e berrava, agitando os óculos no ar, como o Deputado Amaral Neto agita o revólver quando se fala nas eleições diretas: ‘comigo é na Lei, estão ouvindo? É no Código! E quem critica a lei, a Ordem, é co-mu-nis-ta! (...). Mas há também os nefelibatas, aqueles que conhecem mil leis, mil doutrinas, mil teorias, mas nem suspeitam o que elas representam, como projeção de circunstâncias, classes, grupos em luta, no mundo real e material. E fazem uma salada semelhante á que Marx censurava Stirner, com a ‘idéia do Direito’, que tiram da cabeça, e das leis, em lugar de vê-la em função das relações sociais. Assim, leis e doutrinas tornan-se ‘fantasmas’, numa pseudo-ciência de assombrações e porrinhos idealistas.” (Lyra Filho, Porque Estudar Direito Hoje).
“(...) os ceguinhos, que servem à dominação por burrice e ignorância; os catedr’áulicos, que a ela servem por safadeza; e os nefelibatas, que acabam fazendo a mesma coisa, por viverem nas nuvens. Vocês os conhecem. O ceguinho é aquele que ‘adota’ um compêndio do tipo Capez [atualizei o exemplo, claro], para ser decorado pelos alunos, e, nas aulas, disfarça a pobreza de espírito, repetindo um outro livro, não citado, que é a cola do mestre. Os catedr’áulicos me recordam aquele outro professor da época, que considerava ‘comunista’ o Primeiro Ministro da Inglaterra e berrava, agitando os óculos no ar, como o Deputado Amaral Neto agita o revólver quando se fala nas eleições diretas: ‘comigo é na Lei, estão ouvindo? É no Código! E quem critica a lei, a Ordem, é co-mu-nis-ta! (...). Mas há também os nefelibatas, aqueles que conhecem mil leis, mil doutrinas, mil teorias, mas nem suspeitam o que elas representam, como projeção de circunstâncias, classes, grupos em luta, no mundo real e material. E fazem uma salada semelhante á que Marx censurava Stirner, com a ‘idéia do Direito’, que tiram da cabeça, e das leis, em lugar de vê-la em função das relações sociais. Assim, leis e doutrinas tornan-se ‘fantasmas’, numa pseudo-ciência de assombrações e porrinhos idealistas.” (Lyra Filho, Porque Estudar Direito Hoje).
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