Para meus alunos e orientandos, ex-alunos e ex-orientandos, uma lembrança do que aprendemos juntos.
Zaratustra contemplava admirado a multidão e lhe falou:
“O homem é uma corda estendida entre o animal e o super-homem – uma corda sobre o abismo. Perigosa a travessia, perigoso o percurso, perigoso olhar para trás, perigoso o tremor e a paralisação.
A grandeza do homem está em ser ponte e não meta: o que nele se pode amar é o fato de ser ao mesmo tempo transição e declínio.
Amo os que só sabem viver em declínio, pois são os que transpõem.
Amo os que desprezam com intensidade, pois sabem venerar intensamente, e são flechas lançadas pelo anseio-da-outra-margem. (...)
Amo o que ama a sua própria virtude, pois que a virtude é vontade de declínio e flecha do desejo. Amo o que não guarda para si nem uma só gota de seu espírito mas quer ser inteiramente o espírito de sua própria virtude. É dessa forma que ele, como espírito, atravessa a ponte.
Amo o que faz da virtude inclinação e destino, pois ele, por amor à sua virtude, quer viver ainda e não mais viver.
Amo o que não quer virtudes em demasia. Uma única virtude é mais virtude do que duas, pois ela é o nó mais forte onde se ata o destino.
Amo o que prodigaliza sua alma, e que, ao fazer isto, não visa á gratidão nem ao pagamento; pois sempre dá e nada quer em troca.
Amo o que se envergonha quando o dado cai a seu favor, e então pergunta: serei um trapaceiro? – pois é para sua ruína que ele quer se encaminhar.
Amo o que antecede com palavras de ouro os seus atos e sempre cumpre mais do que promete; pois ele quer o seu declínio.
Amo o que justifica os que serão e resgata os que foram; pois quer perecer por aqueles que são.
Amo aquele que pune seu Deus porque o ama; porquanto só poderá perecer pela cólera de seu Deus.
Amo o que, mesmo ferido, tem a alma profunda, e que um simples acaso pode fazer perecer. Assim, ele atravessa de bom grado a ponte.
Amo aquele cuja alma transborda e a tal ponto se esquece de si que todas as coisas nele encontram lugar. Assim, todas as coisas se tornam seu declínio.
Amo todos aqueles que são como pesadas gotas caindo uma a uma da negra nuvem que paira sobre os homens; anunciam a chegada do raio e perecem como anunciadores (...).”
Zaratustra contemplava admirado a multidão e lhe falou:
“O homem é uma corda estendida entre o animal e o super-homem – uma corda sobre o abismo. Perigosa a travessia, perigoso o percurso, perigoso olhar para trás, perigoso o tremor e a paralisação.
A grandeza do homem está em ser ponte e não meta: o que nele se pode amar é o fato de ser ao mesmo tempo transição e declínio.
Amo os que só sabem viver em declínio, pois são os que transpõem.
Amo os que desprezam com intensidade, pois sabem venerar intensamente, e são flechas lançadas pelo anseio-da-outra-margem. (...)
Amo o que ama a sua própria virtude, pois que a virtude é vontade de declínio e flecha do desejo. Amo o que não guarda para si nem uma só gota de seu espírito mas quer ser inteiramente o espírito de sua própria virtude. É dessa forma que ele, como espírito, atravessa a ponte.
Amo o que faz da virtude inclinação e destino, pois ele, por amor à sua virtude, quer viver ainda e não mais viver.
Amo o que não quer virtudes em demasia. Uma única virtude é mais virtude do que duas, pois ela é o nó mais forte onde se ata o destino.
Amo o que prodigaliza sua alma, e que, ao fazer isto, não visa á gratidão nem ao pagamento; pois sempre dá e nada quer em troca.
Amo o que se envergonha quando o dado cai a seu favor, e então pergunta: serei um trapaceiro? – pois é para sua ruína que ele quer se encaminhar.
Amo o que antecede com palavras de ouro os seus atos e sempre cumpre mais do que promete; pois ele quer o seu declínio.
Amo o que justifica os que serão e resgata os que foram; pois quer perecer por aqueles que são.
Amo aquele que pune seu Deus porque o ama; porquanto só poderá perecer pela cólera de seu Deus.
Amo o que, mesmo ferido, tem a alma profunda, e que um simples acaso pode fazer perecer. Assim, ele atravessa de bom grado a ponte.
Amo aquele cuja alma transborda e a tal ponto se esquece de si que todas as coisas nele encontram lugar. Assim, todas as coisas se tornam seu declínio.
Amo todos aqueles que são como pesadas gotas caindo uma a uma da negra nuvem que paira sobre os homens; anunciam a chegada do raio e perecem como anunciadores (...).”
OBS: na foto, a Mari do Frederico.
10 comentários:
Pô Salo eu já estava ansiosa para dar início as incursões em Criminologia Cultural, comecei a ler algumas coisas e fiquei super empolgada, quado veio o email da PUC-RS sem a tua disciplina. Que droga... e agora vai ficar um vazio lá no Doutorado... Não sei muito o que dizer, só queria dizer que foi decepcionante. Mas vamos te seguir por aí;
Beijão.
TITI
Nessa compreensível nostalgia, a única coisa que tenho a dizer é que tenho certeza que a nova etapa será igualmente excelente! Aposto nisso!
Abração
Nossa, Salo! Estou aqui emocionada com os Post´s...
Forte abraço
Ganham os alunos da Ufrgs, baita reforço pro departamento!
Boa sorte, velho!
Abraço!
Sou muito grato a ti. Que a nova etapa seja de crescimento e felicidades. Muito boa sorte. Um grande abraço. Bizzotto
Boa escolha para tua despedida - o velho Zaratustra!
Muito bonito, doutor, muito bonito... sair da PUC assim, justo no ano em que eu entro, vinda de santa cruz do sul, cheia de ansiedade para tê-lo como professor. Como se sente dilacerando os sonhos acadêmicos de uma jovem?!
Eu diria que é brincadeira, e colocaria uma risadinha, mas a verdade é que realmente me sinto triste por isso! Espero, pelo menos, vê-lo em palestras eventos da universidade.
Abraços!
Tu é o cara.
Titi e Paula, igualmente sinto a impossibilidade de não estar mais no PPGCCrim da PUC. E saibam que tentei, de todas as formas, compatibilizar ambas instituições. Meus esforços não foram poucos e o problema colocado foi, sempre, uma barreira institucional: ser inadmissível, na política da instituição, o compartilhamento de professores 40 horas. No concurso que fiz não há este impedimento - aliás, o fiz por isso (também). Desde o princípio me disponibilizei a permanecer. A 'instituição' não permitiu.
Lamento.
SC
Salo, a cada dia - post, ganhas mais a minha admiração.
Boa sorte na nova empreitada. Tenho certeza que será de muito sucesso.
Beijos
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